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Incômodo e prejuízos: conheça a diferença entre as quatro principais moscas que atacam os bovinos

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Elas são pequenininhas, mas causam prejuízos imensos na pecuária. Estamos falando das moscas, insetos que incomodam os bovinos, transmitem doenças e trazem até mesmo danos no couro. O período do Verão é um prato cheio para a proliferação desses insetos, por conta das altas temperaturas e das chuvas rotineiras, por isso, os produtores devem ficar atentos para amenizar os prejuízos.

As principais moscas que atacam os bovinos são: mosca-dos-chifres (Haemotobia irritans), mosca-dos-estábulos (Stomoxys calcitrans), mosca-berneira (Dermatobia hominis) e mosca doméstica (Musca doméstica). Conheça a diferença entre elas neste artigo!

Mosca-dos-chifres


As picadas constantes e doloridas das moscas-dos-chifres provocam grande irritação nos bovinos, o que afeta a saúde e o bem-estar. O estresse faz com que os bovinos deixem de se alimentar, passando muito tempo para tentar se livrar desse inseto, o que resulta em perda de peso e diminuição na produção do leite.

Os prejuízos estimados por esse tipo de mosca no Brasil são de cerca de US$ 150 milhões ao ano (Grisi et al.,2002). Nos Estados Unidos, esse número pode chegar a US$ 876 milhões ao ano. Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), juntamente com os carrapatos e infecções por vermes, as moscas-dos-chifres estão entre as principais parasitoses bovinas.

As moscas-dos-chifres medem metade do tamanho da mosca doméstica e têm coloração escura. Elas ficam sempre de cabeça para baixo e passam o dia todo sobre o animal, principalmente ao redor dos chifres e cupins.

Elas picam os animais cerca de 25 a 40 vezes por dia e cada sucção pode durar de quatro a cinco minutos! Algumas pesquisas mostram que uma infestação com 500 moscas, aproximadamente, leva a uma perda de 40 quilos por animal por ano e cerca de 150 litros de leite durante toda a lactação, explicados principalmente pela perda de sangue e os efeitos de estresse.

De acordo com a Embrapa, o controle dessa mosca por inseticida é complexo e o uso inadequado e frequente de produtos químicos favorece a seleção de parasitas resistentes, por isso, o produtor precisa fazer o chamado controle racional, que consiste em controlar a infestação e não erradicar a mosca-dos-chifres, mantendo um número razoável desses parasitas no rebanho.

Outra dica dos pesquisadores da Embrapa é o uso do besouro rola-bota para diminuir a multiplicação do inseto, já que ele ataca o bolo fecal e, por isso, destrói as larvas das moscas que ali se desenvolvem. O uso de armadilhas nas pastagens para atrair as moscas e a integração de árvores são outras alternativas ao produtor.

Mosca-dos-estábulos

Estima-se que a mosca-dos-estábulos seja responsável por prejuízo de US$ 2,5 bilhões e perdas de mais de 12 kg em novilhas e garrotes. Segundo a Embrapa, a mosca-dos-estábulos pode reduzir em até 60% a produção de leite e em 30% o ganho de peso dos animais, além de causar problemas na reprodução.

As perdas são explicadas, principalmente, pelo estresse que sua picada causa nos animais, já que a mosca permanece sobre os bovinos por 24 horas e pode picá-lo até 40 vezes em apenas cinco minutos.

Esse tipo de mosca realiza a postura dos ovos e se desenvolve em resíduos orgânicos de origem animal ou vegetal, como material úmido em decomposição ou em fermentação e até em restos de alimentos, por isso, é importante ficar atento as forrageiras, material verde picado, feno, silagem e palha.

Os produtores devem ter atenção especial, segundo técnicos da Coordenadoria de Desenvolvimento Rural Sustentável (CDRS), no período da entressafra da colheita da cana-de-açúcar, que ocorre até o início de março. É importante que as usinas de cana não deixem resíduos como torta de filtro e vinhaça no campo e que o pecuarista faça a limpeza das áreas de pasto e confinamento, não deixando matéria orgânica em decomposição e evitando os resíduos e estercos.

As principais medidas de controle dessas moscas, segundo a Embrapa, são:

  • Limpar semanalmente os cochos, mangueiros e currais para a remoção dos dejetos animais e/ou restos alimentares
  • Manejar os resíduos orgânicos em pilhas com lonas até cessar a fermentação e utilizá-los como adubo
  • Manter os montes de silagem cobertos com lonas plásticas
  • Fazer o controle das moscas com armadilhas
  • Instalar leiteiras e piquetes próximos, com distância de 20 metros entre si.


Mosca-berneira

O berne, ou Dermatobiose, é uma doença parasitária causada pela larva da mosca Dermatobia hominis, muito comum em todo território brasileiro. A infestação das larvas nos bovinos leva à redução no ganho de peso, à diminuição da produção leiteira, aos gastos com mão de obra, medicamentos, desvalorização do couro e predisposição a outras doenças. Segundo Grisi (2002), as perdas anuais são de aproximadamente US$ 250 milhões.

Segundo os especialistas, um animal com 20 a 40 bernes pode perder até 15% do seu peso. Em vacas leiteiras, a redução da produção pode chegar a 24%. Além disso, o couro do animal pode ter valor depreciado em até 40%, já que ocorre de dez a 20 perfurações nas regiões nobres. Outro prejuízo é o retardo no crescimento dos animais.

A mosca-berneira tem controle dificultado pois sua fêmea não se aproxima dos hospedeiros para depositar seus ovos, mas se utiliza de outras moscas vetores - chamadas de foréticos. A mosca D. hominis captura uma mosca de outra espécie, durante o voo e deposita os ovos no abdômen da mosca capturada, ou seja, de uma segunda mosca. Assim, o controle do berne está relacionado, diretamente, a um grande número de insetos.

Mosca doméstica

As moscas domésticas não causam incômodo apenas nas nossas casas. Elas também importunam os bovinos e são reconhecidas como transmissoras de mais de cem diferentes agentes causadores de doenças, como bactérias, vírus, fungos, protozoários e parasitos, carregando uma série de doenças:

  • Ceratoconjutivites
  • Brucelose
  • Tuberculose
  • Tripanosomose
  • Mastites
  • Onfaloflebites
  • Diarreias
  • Verminoses
  • Rinite,Coriza e outras tantas doenças.

As moscas domésticas botam cerca de 800 ovos e voam até 30 quilômetros. Seus ovos eclodem diariamente e seu ciclo de vida completo varia de 25 a 30 dias. Especialistas estimam que elas causem 3,3% de queda na produção de leite das vacas. Os pesquisadores calculam a perda de 10 quilos de peso vivo por animal por ano e aproximadamente um quilo de leite por vaca por dia, devido a ação parasitárias delas.
A principal medida de controle são as ações preventivas de higiene, seguida do uso de produtos químicos e ação conjunta de todas as fazendas.

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